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Entenda a Síndrome de Guillain-Barré, a doença da Rochelle, de Segundo Sol

Nos próximos capítulos, a personagem de Giovanna Lancellotti vai começar a sofrer com a doença que a deixará paralisada. Saiba tudo sobre essa síndrome.

Por Daniella Grinbergas
Atualizado em 12 jul 2023, 15h05 - Publicado em 27 set 2018, 21h00

Após sofrer uma queda e ser levada ao hospital, Rochelle (Giovanna Lancellotti) fará alguns exames e levará um susto: o diagnóstico da rara Síndrome de Guillain-Barré.

Trata-se de uma doença autoimune que tem evolução rápida e pode levar à paralisia – o que pode ser muito grave caso atinja a musculatura respiratória. Conversamos com duas médicas neurologistas que respondem as principais dúvidas sobre a doença e o tratamento.

A Síndrome de Guillain-Barré é autoimune. O que isso significa?

Significa que o sistema nervoso é atacado pelo próprio organismo por meio de uma reação inflamatória. “Consideramos como uma falha na defesa imunológica”, diz a dra. Evelyn Esteves de Oliveira e Silva Dias, neurologista e membro da Academia Brasileira de Neurologia. “As células do nosso sistema de defesa começam a atacar os próprios nervos”, completa a dra. Ana Lucia Mello de Carvalho, neurocirurgiã do grupo Amil, responsável pelo grupo de Neuro-oncologia dos Hospitais de Servidor Público Estadual de São Paulo.

É uma doença rara?

Sim, a Síndrome de Guillain-Barré afeta apenas 1 a 4 em cada 100 mil habitantes.

Acomete algum grupo específico?

Não. “Ela pode atingir a todos os sexos e idades, sendo os mais velhos mais suscetíveis”,  afirma dra. Ana Lucia. 

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A doença está ligada ao Zika Vírus? E a outras doenças?

“Sim, o Zika pode ser um causador dessa síndrome, mas outras infecções virais e bacterianas também podem estar associadas, como Citomegalovírus, Epstein-Barr e algumas bactérias. Nestes vírus ou bactérias existem moléculas proteicas semelhantes a proteínas do nosso organismo e, ao produzirmos anticorpos para destruí-las, também danificamos os nervos – principalmente a destruição da capa de revestimento dos nervos, a chamada bainha de mielina. E é esse processo que faria com que os impulsos nervosos se propagassem mais lentamente ou mesmo deixassem de funcionar plenamente”, explica dra. Ana Lucia.

Quais são os principais sintomas?

Segundo a dra. Evelyn, geralmente fraqueza muscular e dormência são os primeiros sinais. “Os sintomas se iniciam nos membros inferiores e vão ascendendo, acometendo os dois lados do corpo. Mais tardiamente a doença atinge os músculos intercostal, do tronco, do pescoço. Pode causar perda dos reflexos e dormência. Nos casos mais graves pode levar à insuficiência respiratória”, afirma Ana Lucia.

A paralisia costuma acontecer depois de quanto tempo após os primeiros sintomas?

“A doença pode evoluir de 24 a 72 horas depois do início dos sintomas e é aconselhável a hospitalização”, afirma Ana Lucia. “A paralisia pode ter rápida evolução e tornar-se mais grave em três semanas, em média”, completa a dra. Evelyn.

Essa paralisia pode ser revertida?

Segundo a dra. Evelyn, sim, se o diagnóstico for rápido. E a dra. Ana Lucia complementa: “Nos estágios iniciais podemos utilizar tratamentos que removam ou bloqueiem a ação destes anticorpos reduzindo ou diminuindo a gravidade e a duração dos sintomas”.

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Como são feitos os tratamentos?

“Podemos realizar a plasmaférese, que consiste em retirar grandes quantidades do plasma do paciente, bombeá-lo em uma máquina que remove os anticorpos e, depois, devolvê-lo ao organismo. Também podemos utilizar altas dose de imunoglobulina para tentar bloquear os anticorpos que causam a inflamação. Os outros tratamentos visam a prevenção de complicações – no caso de insuficiência respiratória, pode ser necessário um ventilador mecânico, anticoagulantes para prevenção de tromboses, tubos para alimentação se os músculos da deglutição estiverem comprometidos, além do suporte da fisioterapia”, lista a dra. Ana Lucia.

Quanto tempo leva o processo de recuperação?

“Em média, oito semanas”, afirma dra. Evelyn. Mas tudo depende da reação de cada organismo.

 Há risco de morte?

“Sim, o óbito pode ocorrer em casos extremos”, diz dra. Ana Lucia. O mais comum é quando a síndrome acomete os músculos respiratórios, impedindo o paciente de respirar. Mas o índice de mortalidade da doença é considerado baixo, perto de 5%. O importante é obter o diagnóstico rápido e logo iniciar o tratamento.

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