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Os riscos do uso indiscriminado de medicamentos para dormir

Mais de 11 milhões de brasileiros usam remédios para tal. E esse número é assustador.

Por Priscila Doneda
Atualizado em 21 jan 2020, 07h46 - Publicado em 14 jul 2016, 08h47

São impressionantes os dados divulgados recentemente pela quarta etapa da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o estudo, cerca de 7,6% da população com 18 anos ou mais fazem uso de medicamentos para dormir – o que representa 11,2 milhões de pessoas. Sul e Sudeste são, respectivamente, as localidades onde mais utilizam esses remédios e, nas cinco grandes regiões do país, as mulheres são as principais consumidoras.

“O quadro demonstra que estamos passando por um ‘boom’ de casos de insônia, possivelmente aliado ao uso indiscriminado de medicamentos para dormir. O ritmo agitado de vida, as elevadas cobranças pessoais e profissionais, o grau de estresse e o ambiente tumultuado e barulhento das grandes cidades, por exemplo, são fatores que podem piorar bastante a qualidade do sono”, explica o Dr. Leandro Teles, neurologista especializado pela Universidade de São Paulo (USP) e membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN). “Muitas vezes, as pessoas não têm paciência e disposição para promover mudanças de hábitos e de estilo de vida e acabam preferindo automatizar o sono com a utilização de drogas – nem sempre tão necessárias, em determinados contextos”, considera.

KatarzynaBialasiewicz/Thinkstock/Getty Images
KatarzynaBialasiewicz/Thinkstock/Getty Images ()

dificuldade em manter o sono saudável é capaz de reduzir o rendimento físico, intelectual e emocional da pessoa. No entanto, é essencial procurar um especialista que possa indicar o melhor tratamento para aquele determinado caso. “O médico deve sempre avaliar a real necessidade da prescrição, a dosagem e a duração do tratamento, além do contexto (a causa da insônia, o tipo, a duração e a intensidade da mesma). Dessa forma, o remédio não deve substituir possíveis mudanças de comportamento e de estilo de vida em prol de um sono com maior qualidade“, ensina. Vale lembrar que a automedicação é um grave problema atual, principalmente em relação a analgésicos e remédios pra dormir. “Ela pode precipitar efeitos colaterais, descompensar doenças clínicas, realizar um tratamento ineficaz e não fazer os ajustes pertinentes ao seguimento. Todo medicamento de uso crônico, especialmente sedativos e hipnóticos, devem ser prescritos e mantidos por profissionais com experiência nesse tipo de caso”, alerta.

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De qualquer maneira, existem efeitos já bem conhecidos sobre o uso dessas substâncias. “Elas são sedativas, por isso, existe o risco de sonolência diurna (dependendo do tempo de ação), eleva-se o risco de quedas durante despertares noturnos (especialmente em idosos), esquecimentos eventuais (principalmente entre o período de tomada do remédio e o adormecimento), piora de ronco e apneia, possibilidade de abuso ou sintomas de retirada (abstinência), entre outros”, aponta o especialista.

Thinkstock
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Outro dado que chama a atenção na PNS é que exatamente a mesma porcentagem de pessoas mencionada anteriormente (7,6%) foi diagnosticada com depressão por profissionais de saúde mental. “Não é raro a insônia estar associada a doenças como depressão, ansiedade e outros transtornos médicos. Por isso, tratar a causa base é fundamental para que o paciente se livre, em um futuro próximo, do uso do medicamento do sono“, orienta. ​”Para todo mundo, no entanto, é fundamental estabelecer uma rotina de atividades físicas, manter uma alimentação adequada, cuidar dos sintomas de depressão e ansiedade, apostar em atividades de transição entre o dia agitado e noite tranquila, construir uma rotina na hora de ir deitar e ter regularidade e técnicas de relaxamento, como reduzir os ruídos e a luminosidade e ajustar a temperatura do ambiente”, finaliza.

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