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Pílula, DIU, camisinha… Existe método anticoncepcional 100% seguro?

Entenda até que ponto os contraceptivos que existem atualmente são capazes de evitar uma gravidez indesejada.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 16 jan 2020, 10h01 - Publicado em 24 ago 2018, 19h58

É tão certo quanto a existência do frio e do calor: sempre que uma mulher revela que engravidou sem querer e que não está preparada (psicológica, física ou financeiramente) para levar a gestação adiante, surge alguém para acusar: “Se tivesse se cuidado, isso não teria acontecido. Por que não usou um anticoncepcional?”. A mulher em questão pode jurar que estava tomando pílula anticoncepcional, que usava DIU, que o parceiro estava de camisinha, mas quem acusa finge que não ouve e insiste que “era só se proteger”.

Conversamos com os especialistas Sérgio Podgaec, ginecologista e vice-presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, e Patricia Bretz, ginecologista da Clínica Mais Vitta e mestre em Bioética, para saber, de uma vez por todas, se realmente é uma questão apenas de se proteger. Afinal, existe método anticoncepcional 100% seguro?

A resposta pura e simples é um redondo não.

“Costumo dizer que o único método anticoncepcional 100% eficaz é a abstinência sexual ou a histerectomia [remoção cirúrgica do útero]”, afirma Patricia.

Ela detalha algumas das possíveis causas das falhas dos métodos mais comuns: “No caso da pílula, existe a tomada real e a tomada ideal. A ideal seria tomar o comprimido todo dia no mesmo horário, não tomar nenhum remédio que interfira e saber que diarreia e vômito até duas horas após a tomada pode influenciar. O DIU pode falhar por mau posicionamento. A laqueadura pode ter a reversão por um problema anatômico, quando o lugar que foi ligado abre novamente, assim como a vasectomia.”

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Sérgio acrescenta doenças que interfiram na absorção intestinal das pílulas e o uso abusivo de álcool à lista de situações que podem prejudicar a ação dos anticoncepcionais. “A eficácia para prevenir uma gravidez depende não apenas da proteção de cada método, mas também de seu uso correto e consistente. A taxa de falha tende a ficar menor à medida que as usuárias se tornam mais experientes em um determinado método, e a consulta regular com o ginecologista tem o potencial de diminuir as possíveis falhas. Porém o risco não será zero. Não existe, até o momento, anticoncepcional 100% seguro”, esclarece.

Quais são os métodos anticoncepcionais mais seguros?

Mesmo não havendo nenhum método 100% eficaz, alguns chegam bem perto disso. Sérgio e Patricia apontam dois com esse status:

– Implante subcutâneo de etonorgestrel, popularmente conhecido como Implanon: é um bastonete de 4 cm de comprimento colocado no braço que promove a inibição da ovulação, a atrofia do endométrio e o aumento da viscosidade do muco cervical, impedindo a penetração dos espermatozoides no útero. Dura três anos e tem eficácia de 99,5%;

– DIU liberador de levonorgestrel, popularmente conhecido como Mirena: é um dispositivo intrauterino em forma de T, com 32 mm de comprimento e funcionamento semelhante ao do Implanon. Dura cinco anos e tem eficácia de 99,3%.

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A maioria das mulheres pode usar estes dois métodos contraceptivos, à exceção de quem tenha sangramentos vaginais inexplicáveis, alguns tipos de câncer, DSTs e doenças hepáticas, de acordo com Sérgio.

Se combinar dois métodos anticoncepcionais dá para chegar a 100% de segurança?

Não, não dá.

Além de nenhum médico responsável permitir o uso simultâneo de DIU e pílula anticoncepcional, por exemplo, os riscos de falha de cada um (0,7% do DIU e entre 1% e 9% da pílula) continuam existindo paralelamente. As eficácias não se acumulam para passar de 100%, isso não existe.

O mesmo vale para casos em que a mulher utilize o seu método de escolha e o homem use a camisinha: as probabilidades de falha do anticoncepcional da mulher e do preservativo do homem (entre 2% e 18%) se mantêm, as eficácias não se acumulam.

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A vantagem de usar a camisinha, é claro, é se prevenir contra as infecções sexualmente transmissíveis, como o HIV, a sífilis, a gonorreia e a clamídia, entre outras. A proteção é dupla, sim, mas contra a gravidez indesejada e contra as doenças. Por isso, usem sempre camisinha.

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