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Quando devemos nos preocupar com o engasgo infantil?

Calma, papais! Conversamos com especialistas para explicar sobre como prevenir, o que fazer e quais são os riscos de quando uma criança engasga.

Por Juliana Morales
Atualizado em 15 jan 2020, 20h00 - Publicado em 18 abr 2019, 12h15

Muitos pais ficaram estarrecidos com um caso recente- divulgado por uma médica da ONG Global Child Forum – em que um garoto ficou paraplégico, após engasgar com um pedaço de maçã em uma creche na Nova Zelândia. O incidente aconteceu em maio de 2016 e, por causa do engasgo, Neihana Renata ficou sem respirar e teve uma parada cardíaca. Isto levou a uma  paralisia cerebral, deixando a criança de 2 anos sem movimentos e incapaz de falar e engolir.

A história causou comoção e as dúvidas rotineiras acerca do assunto apareceram mais uma vez. Como agir quando acontece? Como evitar? Quais são os riscos? Entre tantas perguntas, alguns mitos sempre voltam. Para esclarecer estas questões e orientar os pais, conversamos com a pediatra e peonatologista do Hapvida Saúde, Dra. Ana Larissa, e com o Dr. Aderbal Tadeu Mariotti, médico pediatra e membro da diretoria de regionais da Sociedade de Pediatria de São Paulo

Mas existe uma maneira de evitar?

Uma das grandes discussões é sobre os riscos de oferecer alguns alimentos que são mais fáceis levar a criança a se engasgar, como no caso do pedaço de maçã, azeitonas, uvas e pipoca – sim, os pais devem ficar atentos com essas opções consideradas perigosas, por suas texturas e formatos. 

Desde os 6 meses, quando inicia-se o processo de introdução alimentar é importante, além de fracionar os alimentos de acordo com a idade, entender que cada criança tem seu tempo e desenvolvimento. Converse com o pediatra para entender as fases alimentares do seu bebê.

E lembre-se: a hora das refeições deve ser um momento tranquilo, as crianças devem permanecer sentadas. Não dá para brincar, correr ou andar ao mesmo tempo em que se mastiga. É preciso prestar atenção no que se está comendo e mastigar atento na deglutição. O comportamento certinho pode diminuir os riscos de ocorrer esse tipo de situação. Objetos como peças que desprendem de brinquedos, tampinhas de caneta, moedas e botões também requerem atenção dos pais o tempo todo.

No caso dos bebês, ainda há chance de engasgar com o leite materno. Para evitar o refluxo e um possível engasgo, na hora da amamentação deixe o bebê inclinado e não totalmente deitado. Mesmo depois do arroto, evite colocá-lo imediatamente em posição ereta.

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O que fazer quando a criança engasga?

Para impedir as consequências mais sérias, como o caso da Nova Zelândia, agir com imediatismo quando uma criança engasga é de suma importância. Os primeiros socorros devem ser feitos no local mesmo. Por isso, sempre deve ter um responsável observando o pequeno durante as refeições.

Se a criança engasgar, é preciso manter a calma e agir. Existem os jeitos certos de fazer as manobras para desengasgar, levando em consideração a idade da criança.

Bebês menores de um ano devem ser apoiados no braço do socorrista, com a cabeça mais abaixo que o corpo, mantendo a boca do pequeno aberta. Aplique batidas com o “calcanhar” da mão nas costas da criança, na região entre as escápulas. Depois, vire o bebê com a barriga para cima, iniciando compressões no osso do peito da criança, logo abaixo da linha entre os mamilos. Repetir esse ciclo até o bebê expelir o alimento ou objeto.

Em crianças menores, o indicado é se posicionar atrás da criança, apoiar as mãos fechadas em punho entre o umbigo e a extremidade inferior do osso do peito da criança (abaixo das costelas) e realizar compressões em trancos para dentro e para cima, até que a criança consiga expelir o objeto.

(Reprodução/Getty Images)

Caso o quadro da criança piore, ligue imediatamente para o serviço médico especializado do 192 (Samu) ou 193 (Corpo de Bombeiros).

Os primeiros socorros devem ser feitos de maneira correta e precisa, então, os pais e responsáveis devem aprender estes passos para conseguir reagir em uma situação emergencial. Peça as instruções para os pediatras e busque informações de fontes oficiais, como no site da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Está bem explicadinho lá!

Quando devemos nos preocupar de verdade?

Muitos pais ficam apreensivos quando circulam estes casos de engasgo com consequências graves. Sim, vamos falar claramente: dá medo, mas não há motivo pra pânico. Nem sempre quando a criança começa a tossir no meio da alimentação é porque está engasgada, viu? Se ela está tossindo, já quer dizer que as vias aéreas não estão totalmente bloqueadas.

Agora, se o pequeno apresentar pele azulada ou arroxeada, esforço respiratório, emissão de ruídos estranhos, eventual perda de consciência, além de tentativa de fala sem emitir nenhum som, aí sim são sinais de engasgo grave.

Ah, e aquela história de levantar o braço ajudar quando começa o engasgo é balela – lembrem-se das manobras! Outro mito é de que é preciso enfiar o dedo para retirar o alimento da garganta. Nem sempre vai ser possível alcançar o alimento entalado e esta prática pode piorar a situação, lesionando a garganta ou empurrando o elemento de obstrução ainda mais.

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