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Teste de HIV de farmácia é confiável? É seguro usar?

Feito com amostra de sangue, ele funciona como uma triagem ao teste de laboratório em caso de resultado positivo

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 16 jan 2020, 12h48 - Publicado em 19 jun 2018, 23h50

De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 800 mil pessoas vivem com o vírus HIV no Brasil. O número por si só não é tão grande assim quando pensado em um contexto nacional, já que representa menos de 1% de nossa população de 207 milhões. O que chama a atenção e é alarmante é o fato de que, deste total, 112 mil pessoas desconhecem ter o vírus. Ou seja, 14% dos brasileiros que vivem com o HIV não têm ideia disso.

O principal motivo é o desconforto que muitos sentem só de pensar em ir a um laboratório para fazer um exame de sangue, receber um resultado positivo e ter que encarar todo o desdobramento da situação sem a chance de se preparar.

Com a proposta de eliminar um possível constrangimento e de reduzir o número de pessoas que ficam sem saber que são portadoras do HIV – e acabam transmitindo o vírus em relações sexuais ou compartilhamento de seringas –, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) registrou o primeiro autoteste para triagem do HIV no Brasil. Supersimples e seguro, ele pode ser comprado em farmácias e custa entre R$ 70 e R$ 90.

Como funciona o teste de HIV de farmácia?

É bem fácil usar o autoteste de HIV. O que é vendido em farmácias brasileiras usa uma pequena amostra de sangue para detectar (ou não) a presença de anticorpos contra o vírus.

Ele traz um dispositivo de teste, um líquido reagente, uma lanceta para furar o dedo, um sachê de álcool e um tubinho para coletar o sangue (chamado capilar).

O resultado sai dentro de 15 a 20 minutinhos e é 99,9% seguro se todas as instruções do fabricante tiverem sido seguidas e não tiver havido mistura de nada com o sangue – estar em um ambiente livre de interferências externas é essencial.

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Se você foi mãe de 2015 para cá, é bem possível que conheça o exame: muitas maternidades, especialmente as privadas, vêm utilizando-o antes dos partos (normais ou cesáreas).

Posso fazer o autoteste de HIV um dia depois de uma relação sexual desprotegida?

É melhor economizar seu dinheirinho; prazo é muito importante quando o assunto é autoteste de HIV. “É preciso esperar a janela imunológica, que é de 30 dias. Neste período, o corpo produz anticorpos contra o HIV, e só depois dele poderá haver a detecção do vírus”, explica Beto de Jesus, gerente da AHF Brasil (AIDS Healthcare Foundation Brasil).

Por mais encucada que você esteja caso tenha tido uma relação sexual desprotegida, respire fundo e espere. “Antes disso, o resultado pode ser um falso negativo”, esclarece Carlos Restrepo, presidente da ONG Impulse SP, que trabalha a conscientização do HIV e da AIDS.

O que se deve fazer depois do resultado de um autoteste de HIV?

Claro que você sabe que existem apenas dois resultados possíveis: negativo e positivo (mas não custa reforçar, né?).

Se der negativo e você continuar encanada, pode repeti-lo depois de 30 dias e outra vez depois de mais 30 dias, até completar 120 dias da suposta exposição ao vírus. Negativo em todas? Vida que segue e não se descuide novamente. “A camisinha tem que estar na cabeça e na bolsa sempre”, defende Carlos.

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Camisinha: tem que usar sempre
(tumeyes/ThinkStock)

Em caso de resultado positivo, o próximo passo é procurar um serviço de saúde e fazer um exame de sangue para confirmá-lo. “O autoteste não é diagnóstico, é apenas indicativo, de triagem”, destaca Beto. “Ele dá autonomia para a pessoa evitar um possível constrangimento, mas precisa ser confirmado o quanto antes”, complementa.

A rapidez tem motivo, como ele detalha: “Quanto mais cedo uma pessoa souber de sua sorologia, mais sucesso terá com os medicamentos e mais chances terá de tornar a carga viral indetectável. Isso significa que essa pessoa não transmitirá o vírus e o ciclo será quebrado ali.”

De quanto em quanto tempo se pode repetir o teste de HIV de farmácia?

Respeitando a janela imunológica de 30 dias, você pode fazer sempre que quiser, sem nenhum problema. De toda forma, Beto afirma que uma vez por ano é uma boa frequência para quem tem vida sexual ativa, e uma vez a cada três meses para quem troca bastante de parceiro.

Isso vale para homens e mulheres heterossexuais, homossexuais ou bissexuais, sem distinção. O HIV não escolhe sexo, gênero ou orientação sexual. Há um aumento significativo nos casos de sífilis, gonorreia e clamídia no Brasil, o que significa que muito sexo sem proteção vem sendo feito. Verificar se você foi infectada por algum deles é imprescindível.

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“Mulheres heterossexuais com vida sexual ativa estão sujeitas a qualquer infecção sexualmente transmissível. É preciso ter essa consciência e saber que não tem nada a ver com ‘ser vagabunda’, como muitas acreditam. Tem a ver com cuidar da sua saúde e do seu corpo”, finaliza Beto.

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